“Inflação fica em 0,24% em agosto, maior taxa para o mês desde 2016, aponta IBGE”

 

“Brasil registra deflação pelo segundo mês seguido por queda de demanda”

 

“Taxas de juros têm queda firme, com horizonte de desinflação”

 

Estas foram manchetes noticiadas pelos veículos de comunicação brasileiros entre abril e junho de 2020. Aspecto-chave para entender essas notícias é saber diferenciar três conceitos aparentemente semelhantes, usados para mapear a atividade econômica de um país, mas que se reportam a realidades bem distintas: inflação, deflação e desinflação.

 

Apesar de muito presentes na mídia, essas três palavras podem oferecer confusão – primeiro porque serem tão parecidas em termos de escrita e, depois, porque se trata de conceitos específicos dos estudos econômicos que muitas vezes não são explicados ao público em geral. Por outro lado, saber essa diferença é extremamente importante para compreender os impactos que essas diferentes realidades têm na atividade econômica de um país, especialmente na área do comércio exterior.

 

É precisamente essa a nossa missão neste post. Primeiro, ajudamos você a distinguir entre inflação, deflação e desinflação e, em seguida, mostramos como esses conceitos, principalmente, o de inflação, influenciam as trocas comerciais com outros países. Vem com gente!

 

 

Índice de Preços do Consumidor Amplo (IPCA)

Antes de tratarmos da diferenciação entre os conceitos de inflação, deflação e desinflação, é importante entender o que é o IPCA (Índice de Preços do Consumidor Amplo), elaborado pelo Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor (SNIPC).

 

Trata-se de um indicador que calcula a variação de preços da cesta de bens e serviços consumidos pelas famílias brasileiras que recebem de 1 a 40 salários mínimos.  Essa cesta consiste no conjunto dos principais produtos consumidos por essas famílias e está sempre sujeita a alteração, uma vez que sempre existem novos bens na economia. Do mesmo modo, existem bens que não são mais comercializados ou que deixam de ter relevância.

 

O cálculo do IPCA é feito mensalmente e leva em conta a variação do preço desses bens e serviços. A partir dele, temos o cálculo das taxas de inflação, deflação e desinflação.

 

Agora sim, vamos ao que cada um desses conceitos significa.

 

 

O que é a inflação?

A inflação é o aumento generalizado dos preços calculados pelo IPCA.

 

Ela é causada, na maioria das vezes, pelo aumento do nível de atividade da economia. Basicamente, as pessoas começam a comprar mais, ou seja, a demanda aumenta, e as empresas têm que produzir mais, aumentando a oferta. Trata-se de um exemplo da aplicação, na prática, da lei da oferta e da demanda.

 

Quando há mais produtos do que interessados em os comprar, os preços tendem a cair. Por outro lado, se um produto estiver em falta ou se aumentar a procura, o seu preço tende a aumentar. Idealmente, esse movimento de subida e descida de preços faria com que o mercado acabasse por alcançar um ponto de equilíbrio, no qual a oferta é igual à demanda.

 

Um fator que pode conduzir a um aumento dos preços é o aumento dos gastos públicos, o qual, por sua vez, leva o governo a aumentar impostos e, com isso, aumentam também os preços dos produtos em geral. Além disso, a inflação é dita inercial quando as pessoas preveem mais inflação no futuro e aumentam seus gastos no presente. Há ainda outros fatores, como os monopólios, aumentos súbitos nos custos de produção e baixo nível de produção devido a diversos fatores.

 

A inflação tem inúmeras consequências para a economia de um país, desde perda do poder de compra pela população até o crescimento da taxa de juros.

 

 

O que é a deflação?

A deflação ocorre quando os preços gerais dos produtos caem. Trata-se, portanto, do contrário da inflação.

 

Por que isso ocorre? As razões são variadas, mas basicamente a deflação está associada a uma queda na demanda e à consequente abundância de produtos. Ou seja, por uma combinação de fatores ou devido a uma causa única, as pessoas passam a consumir menos. Em um círculo vicioso, sabendo que os preços estão caindo, as pessoas postergam ainda mais as suas compras, esperando chegar a um valor mais vantajoso.

 

Se acontecer isoladamente, a deflação pode ser uma mera correção dos preços– como resposta a um aumento muito alto no passado. Contudo, quando ela é prolongada, a economia se contrai, podendo levar ao aumento de desemprego e ao prejuízo das empresas. As consequências mais duradouras podem comprometer a capacidade de investimento e de recuperação do país.

 

Uma das piores crises deflacionárias da história aconteceu nos Estados Unidos, após o “crash” da bolsa de Nova York em 1929. No Brasil, na década de 1930, os preços caíram tanto que o governo de Getúlio Vargas precisou intervir, comprando e queimando milhões de sacas de café, o principal produto exportado pelo Brasil na época. Com isso, reduziu a oferta e forçou um aumento nos preços.

 

 

O que é desinflação?

Diferentemente da deflação, a desinflação ocorre quando temos a combinação de dois cenários (1) a inflação diminui, mas (2) essa elevação dos preços ocorre em ritmo lento. Nesse caso, temos uma subida dos preços em um percentual menor do que era apresentado ou esperado para determinado período.

 

A desinflação pode ser pontual ou crônica – é o caso do Japão há muitos anos. Embora seja um cenário muitas vezes mais vantajoso que o da deflação, uma vez que esta pode estar associada a um período de recessão na economia, a deflação pode sinalizar que algo não vai bem, principalmente se for persistente.

 

 

Como o comércio exterior é afetado?

Na prática, em um cenário de inflação, o dinheiro de um país desvaloriza, ou seja, passa-se a comprar menos com a mesma quantia. Isso está associado a uma desvalorização da moeda principalmente, em relação ao dólar, a principal moeda no mercado de câmbio e a base para transações em grandes movimentações da economia global.

 

Com isso, os custos para importação aumentam. Assim, diminuem a presença de produtos estrangeiros circulando no mercado nacional. Por outro lado, as exportações ganham fôlego. O real desvalorizado é um sinônimo de que o produto brasileiro será oferecido no mercado nacional com um preço menor e, portanto, mais competitivo para concorrer os demais. Com mais exportações, aumenta a vinda de dólar para o Brasil e o déficit na balança comercial tende a diminuir.

 

Segundo dados do mês de setembro de 2020 divulgados no IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15), que mede a prévia da inflação oficial, o Brasil registrou alta de preços de 0,45% em setembro deste ano. Essa taxa é superior ao 0,23% de agosto deste ano e ao 0,09% de setembro do ano passado. Esse é também o maior resultado para 1 mês de setembro desde 2012 (0,48%).

 

Todo esse cenário é animador para vários setores produtivos que desejam exportar. Se esse é o seu caso e da sua empresa, saiba que pode contar com a expertise da Open Market. Há mais de 20 anos no mercado, oferecemos soluções inteligentes na gestão do comércio exterior.  Com serviços na área de importação e exportação, garantimos total controle desses processos. Quer saber mais? Entre em contato conosco agora mesmo e teremos prazer em tirar as suas dúvidas!

 

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Até o próximo post!

 

 

Open Market – Comércio Exterior

Realizar transações internacionais é uma tarefa bem difícil, até mesmo para gestores. É devido a isso, que as organizações necessitam de um analista de comércio exterior. Esse profissional entende e conhece as normas de cada país e pode executar os procedimentos do comércio exterior com eficiência.

No entanto, você sabe o que esse profissional faz? Quais são suas reais funções? Como tornar-se um? Se a resposta para todas essas perguntas forem não, fique tranquilo. É sobre isso que abordaremos neste artigo. Não deixe de ler até o fim!

O que é um analista de comércio exterior?

Para você compreender melhor a carreira, é preciso voltar um pouco na história. No início da década de 90, os fluxos comerciais se reforçaram com a redução de tarifas de importações e novos incentivos às exportações. Essa ação refletiu no crescimento de mais de 440% do comércio exterior.

A partir de então, foi criada a profissão de analista de comércio exterior (ACE), com intuito de atender essa nova demanda. Assim, até hoje, esse profissional é responsável por planejar e coordenar as negociações de compras dos produtos de outros países.

O que faz um profissional dessa área?

O ACE está diretamente ligado na coordenação ou na execução dos processos que envolvem a parte administrativa, financeira, logística e aduaneira do comércio exterior. Desse modo, ele confere e fecha a contabilidade dos custos de importação, planeja as ações, organiza as transações, etc.

Além dessas funções, fica sob a sua responsabilidade acompanhar a negociação do início ao fim. Ou seja, escolher o transporte mais adequado, colocar as necessidades da empresa em um contrato e definir a cotação da moeda.

Ainda cabe a ele assessorar os gestores  na tomada de decisões referentes a novos negócios, como a internacionalização. Por isso, o seu trabalho visa elaborar estratégias para que os produtos conquistem novos mercados. Assim como analisar as tendências e identificar os que mais crescem.

O que é preciso para ser um ACE?

Para desempenhar todas essas tarefas com êxito, esse profissional necessita ser bem instruído e sempre se atualizar. Isso só é possível por meio da graduação e cursos complementares. Dessa forma, caso você pense em tornar-se um, há várias opções de cursos superiores, como os de Relações Internacionais, Ciências Econômicas ou Comércio Exterior, próprio para o setor.

Como as transações são internacionais, quem trabalha nessa área precisa falar bem o inglês ou a língua em que ele fará os acordos. Afinal, sem isso, não há como  realizar os contratos corretamente, podendo gerar prejuízos para a organização que o admitiu.

O analista de comércio exterior é, de fato, muito importante para as empresas que desejam importar e exportar. Sem o acompanhamento de alguém que conhece os trâmites legais, torna-se mais altos os riscos. Por exemplo, ao acontecer algo indesejado com a mercadoria, como a não possível retirada na Receita Federal ou o alto custo desnecessário em uma transação.

Agora, para saber mais sobre o comércio exterior, leia sobre como ele afeta o desenvolvimento do país e entenda o porquê virou tão importante.

Uma das questões mais importantes na hora de adquirir algo do exterior é saber o quanto você pagará de impostos, já que os custos sempre impactam nas ações. É dentro desse tema que existe a definição de categoria por itens, e mostram quais tributos recaem sobre eles.

Por isso, é necessário entender como a alfândega classifica os produtos importados. Afinal, você precisa ter uma noção para não se deparar com surpresas. Quer entender mais sobre o assunto? Então continue a leitura!

Por que a alfândega classifica os produtos?

Tudo que vem do exterior sofre com a incidência de impostos. É por isso, que a alfândega classifica cada um deles, já que são divididos em categorias que permitem a aplicação de cargas tributárias diferentes. Isso vale para a taxa de Importação, CONFIS, PIS, ICMS, entre outros que impactam de forma negativa ou positiva.

Acontece que diferentes mercadorias têm alíquotas distintas. Algumas podem ter isenções ou regimes aduaneiros específicos em relação aos tratamentos administrativos. É o caso daqueles em que os órgãos como ANVISA, Ministério da Agriculta precisam analisar e concordar.

Além disso, ao registrar os objetos conforme sua classificação há benefícios para o governo, como a possibilidade de comparar dados sobre a comercialização de cada um. Por meio disso é possível criar medidas de defesa comercial nos grupos que necessitam.

Como é feita essa classificação?

Reunindo todos os países pertencentes ao Mercosul, foi criada a NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul), que é um código com oito números com intuito de facilitar a identificação de cada objeto comercializado. Por esse motivo deve constar nas notas fiscais.

Basicamente, todo o processo de classificar é feito de acordo com as informações sobre o produto, para que serve, de que material é produzido, etc. É importante que quem faça isso seja um despachante aduaneiro, que é o responsável legal por todo o procedimento de comércio exterior.

O que acontece se for classificado errado?

Tudo que está relacionado à Receita Federal pode trazer complicações se realizadas de forma errada. Por isso, depois de informar a natureza da sua carga ela será analisada e taxada de acordo com os dados fornecidos e coletados, a fim de saber se realmente são verdadeiros.

Se você declarar menos do que deveria, corre o risco de ser penalizado em no mínimo 75% de diferença nas cargas tributárias e 1% em cima do valor aduaneiro. Isso sem contar que sua mercadoria pode ser retida. Para que isso não ocorra, procure a categoria que mais represente o que você está adquirindo.

Deu para entender como a alfândega classifica os produtos importados? Sem realizar esse processo você tem grandes chances de não receber o que comprou. Por isso, não deixe de procurar profissionais para te guiar. Também pode dedicar um tempo para estudar melhor sobre os códigos e exigências que mais se aplicam ao seu item.

Depois de aprender como são categorizados os objetos, que tal entender mais sobre o IOF? Tente diminuir mais esse imposto sob o que está comprando!