Importação e exportação são atividades econômicas extremamente importantes. No Brasil, elas representaram cerca de 5% do nosso Produto Interno Bruto (PIB) (dados de 2020).
A importação pode ser definida como a entrada temporária ou definitiva, em território nacional de bens ou serviços, originários ou procedentes de outros países, a título oneroso ou gratuito. Já a exportação é a saída, temporária ou definitiva, do território nacional de bens ou serviços originários ou procedentes do nosso país, seja também de tipo oneroso ou gratuito.
Juntas, essas duas atividades dão origem à chamada “balança comercial”. Em termos bens gerais, trata-se de uma ferramenta cujo saldo registra a diferença entre tudo aquilo que entrou e que saiu de um país em um determinado período de tempo. Esse é um importante indicador econômico, ajudando a aferir o desempenho da economia.
Por isso, quer você atue no comércio exterior quer seja um investidor iniciante ou experiente, entender o que é a balança comercial, quais fatores a determinam e como ela influencia os diferentes países é muito importante.
Pensando nisso, dedicamos este post a abordar, de forma simples e direta, a balança comercial. Quer saber mais sobre esse assunto e como ele pode impactar os seus negócios? Vem com a gente!
Explicando melhor: o que é a balança comercial?
Pense nas balanças de dois pratos (ou de deflexão), as primeiras do gênero, criadas 7 mil a. C. Elas permitiam aferir o peso dos objetos colocados nos pratos, determinando qual deles era mais ou menos pesado – o prato que estava mais abaixo era o mais pesado; quando os pratos estava na mesma altura, isso significava que os objetos tinham o mesmo pose.
De maneira semelhante, a balança comercial mede as importações e exportações de um país, permitindo comparar o peso de ambas na economia. Falamos, portanto, “saldo da balança comercial”, que nada mais é do que resultado, geralmente expresso em dólares, da diferença entre as exportações e importações.
Se os valores das exportações são maiores que o das importações, temos um salto positivo. Dizemos, então, que o país tem um superávit. Já quando esse valor é negativo, ou seja, quando os valores das exportações são inferiores aos valores das exportações, temos um déficit. Além disso, existe ainda a situação de “equilíbrio comercial”. Ela ocorre quando as operações – importações e exportações – se aproximam ou se igualam nos valores.
Vejamos o exemplo do nosso país. Em 2020, no Brasil, de acordo com dados do Ministério da Economia, foram contabilizados US$ 209,921 bilhões em exportações e US$ 158,926 bilhões em importações. Dizemos, assim, que a corrente de comércio foi de um total de US$ 368,847 bilhões. Além disso, a diferença entre as exportações e as importações é de cerca de US$ 50 bilhões – ou seja, o volume exportado pelo nosso país foi maior do que o importado. Sendo assim, dizemos que a balança comercial brasileira teve um superávit comercial de US$ 50 bilhões.
Como a balança comercial influencia a economia do Brasil?
Quando há um superávit na balança comercial, isso quer dizer que, no fundo, que um país recebeu mais dinheiro do que gastou – ou seja, vendeu mais do que comprou. No caso do déficit, é o contrário: o país importou mais itens do que exportou e, portanto, ficou com um saldo negativo, gastando mais com produtos externos do que recebendo pela sua própria produção. Em caso de equilíbrio, o saldo é zero ou próximo de zero.
O saldo da balança comercial tem impacto direto no PIB, que nada mais é do que a soma de tudo o que foi produzido e comercializado por determinado país durante o período de um ano. Ora, os economistas dividem o PIB em quatro componentes principais: investimentos privados, consumo da população, gastos governamentais e saldo das transações realizadas com outros países.
Sendo assim, o resultado do PIB é tanto maior quanto maiores forem esses componentes. Se a economia está aquecida e as pessoas consomem mais, esse indicador aumenta. Da mesma forma, se a balança comercial apresenta um superávit, isso significa que mais dinheiro está entrando no país e gerando renda internamente; logo, o PIB aumenta. É claro que a importação também tem sua importância – ela pode gerar empregos, renda e movimentar a economia, mas estamos falando aqui de tendências gerais.
Se o déficit ocorre com frequência, o governo pode tomar algumas providências para incentivar o alcance superávit. Exemplos de tais medidas são aumento dos impostos sobre produtos importados, barreiras alfandegárias e protecionismo às empresas nacionais.
Quais são os fatores que influenciam a balança comercial?
Podemos destacar três fatores que influenciam a balança comercial:
Protecionismo estatal
As medidas econômicas de protecionismo consistem em iniciativas dos governos de modo a restringir as importações. Pretende-se, assim, favorecer as atividades econômicas internas, dificultando a importação de produtos e a concorrência dos países estrangeiros.
Isso é feito, por exemplo, por meio de taxas ou restrições a determinados produtos, o que acaba por diminuir o volume das transações e, portanto, afetar a balança comercial.
Taxa de câmbio
Quando a moeda nacional está valorizada em relação às moedas estrangeiras, a tendência é que as importações aumentem, pois fica mais barato comprar produtos do estrangeiro.
Se a moeda nacional se desvalorizou, como ocorre no presente momento no Brasil, as exportações tendem a aumentar, pois as mercadorias nacionais ficam mais baratas para os clientes estrangeiros.
Relação oferta e demanda
Em um mundo globalizado, as economias dos diversos países estão interligadas.
Suponha a seguinte situação: o país X é parceiro comercial do país Y, importando muitos produtos de Y. Se X, de repente, começa a atravessar um cenário de recessão econômica, X poderá comprar menos mercadorias e, assim, importará menos de Y. Para Y, as exportações diminuirão.
Como consequência disso, o preço dos produtos ofertados por Y também vai cair, uma vez que a oferta é grande para uma demanda pequena. Essas oscilações afetam diretamente o saldo da balança comercial dos países de todo o mundo, em efeito dominó.
Por hoje, é tudo. Esperamos que este post tenha te ajudado a entender um mais sobre este aspecto específico de um universo tão fascinante como é o comércio exterior.
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